segunda-feira, 29 de setembro de 2008

William Shakespeare


Há certas horas, em que não precisamos de um Amor...Não precisamos da paixão desmedida...Não queremos beijo na boca...E nem corpos a se encontrar na maciez de uma cama...Há certas horas, que só queremos a mão no ombro, o abraço apertado ou mesmo o estar ali, quietinho, ao lado...Sem nada dizer...Há certas horas, quando sentimos que estamos pra chorar, que desejamos uma presença amiga, a nos ouvir paciente, a brincar com a gente, a nos fazer sorrir...Alguém que ria de nossas piadas sem graça...Que ache nossas tristezas as maiores do mundo...Que nos teça elogios sem fim...E que apesar de todas essas mentiras úteis, nos seja de uma sinceridade inquestionável...Que nos mande calar a boca ou nos evite um gesto impensado...Alguém que nos possa dizer:Acho que você está errado, mas estou do seu lado...Ou alguém que apenas diga:Sou seu amor! E estou Aqui!

quinta-feira, 25 de setembro de 2008


Eu tinha dez anos, quando encontrei entre minhas colegas, a primeira amiga de verdade. Nossa camaradagem tornou-se a coisa mais importante para mim. Entretanto, eu era de natureza exclusivista e me sentia violentamente enciumada sempre que ela manifestava interesse por alguma coisa que nada tivesse a ver comigo. Por sua vez, mamãe compreendeu o que estava ocorrendo e um dia chamou-me para ver uma ninhada de pintinhos que havia acabado de nascer. Fiquei encantada. Era umas coisinhas lindas, feitas de suave veludo cor-de-ouro. Em meu entusiasmo, colhi um deles na mão, mas apertei-o com tanta força que por pouco não o sufoquei. Ele naturalmente, lutou para escapar até que, desvencilhando-se correu para longe de mim. Mamãe notou o meu desapontamento e disse: - Pegue um outro, mas procure segurá-lo suavemente. - Se você prender com muita força, por instinto, ele vai querer fugir. Fiz um segunda tentativa e o pintinho aninhou-se quietinho na palma de minha mão. Senti-me muito feliz e sorri para mamãe. Foi quando ela me disse: Sabe meu bem, as pessoas neste mundo, são como estes pintinhos. Quando agarramos com muita força aqueles a quem amamos, tentando aprisioná-los em nossas mãos, eles naturalmente, não se sentem bem. Eles lutam por readquirir a liberdade, como fez o primeiro pintinho que você pegou. Se ao contrário, nos os colocarmos na palma da mão, sem fechar os dedos, de modo que sintam apenas o nosso calor, então percebem logo que não desejamos aprisioná-los, pelo contrário, apenas aquecê-los com um pouco de nós mesmo, sem a pretensão de exigir-lhes nada. Foi o que aconteceu com o segundo pintinho. Aquilo me impressionou muito e guardei a lição. Não quero dizer que deixei de sentir ciúmes, pois isso faz parte da natureza humana, entretanto, quando o exclusivismo fala mais alto em meu espírito, controlo-me mentalizando a figura daquele pintinho na palma de minha mão. Foi assim que aprendi a manter junto de mim, aqueles que, pensando seriamente, desejo que permaneçam perto de meu coração.

Ausência


Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces.Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto.No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado. Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada.Que ficou sobre a minha carne como nódoa do passado. Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face. Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada. Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite. Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa. Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço. E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado. Eu ficarei só como os veleiros nos pontos silenciosos. Mas eu te possuirei como ninguém porque poderei partir. E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas. Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada.

Saudades


A saudade é esse passarinho que vem de leve e pousa no nosso coração trazendo lembranças, como um colibri que beija a flor e traz beleza. E ela nem escolhe hora ou lugar, só aparece assim, invadindo inteiramente esse espaço que consideramos reservado às pessoas ou ocasiões especiais.
Mas se existe saudade, é porque existem sementinhas de ternura plantadas em nós; pedacinhos de coisas boas, que talvez nem tenham ficado muito tempo, mas o suficiente para deixar um rastro, um sabor, uma marca, um perfume.
Outro dia, falando sobre a saudade que sinto da minha família virtual, ouvi, com surpresa, alguém dizer que não é possível sentir saudade de pessoas que nunca vimos. E como não?
Que nome dar então a essa falta, esse vazio nostálgico, dolorido e bom que invade a alma e toma conta do momento? Essa viagem que fazemos sem malas e documentos e que nos leva e nos traz, cheios de amor e de não sei o quê?
A saudade é uma prova, um certificado, carimbado e assinado embaixo de que não estamos inteiramente sós e nem vazios. As pessoas vêm e vão e ficam assim se prolongando em nós, existindo pela eternidade do nosso caminho.
E amanhã ou depois, quando tudo o que sobrar em nós forem pedaços do passado, teremos esse coração rico em histórias que nos farão rir sozinhos e nos sentir vivos.
São essas as peças que os verdadeiros amigos pregam ao nosso coração. Caímos nessa armadilha e ainda nos divertimos.Aprendemos assim que sentir saudade é respirar o amor que plantaram em nós.
É viver depois repletos desse amor para a vida toda.

Crônica do amor


Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo na porta.
O amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar.
Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso só são referenciais.
Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca.
Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera.
Você ama aquela petulante. Você escreveu duzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou a seco.
Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem alergia a sol, você abomina Natal e ela detesta o Ano Novo, nem no ódio vocês combinam. Então?
Então, que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobolizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome.
Você ama aquele cafajeste. Ele diz que vai e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário. Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro e é meio galinha. Ele não tem a menor vocação para príncipe encantado e ainda assim você não consegue despachá-lo.
Quando a mão dele toca a sua nuca, você derrete feito manteiga. Ele toca gaita na boca, adora animais e escreve poemas. Por que você ama esse cara?
Não pergunte para mim; você é inteligente, lê livros, revistas, jornais, gosta dos filmes dos irmãos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem seu valor.
É bonita, seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar. Independente, emprego fixo, bom saldo no banco. Gosta de viajar, de música, tem loucura por computador e seu fettucine ao pesto é imbatível.
Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém e adora sexo. Com um currículo desse, criatura, por que está sem um amor?
Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente= dois apaixonados.
Não funciona assim.
Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível.
Honestos existem aos milhares, generosos têm às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó!
Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é! Pense nisso. Pedir é a maneira mais eficaz de merecer. É a contingência maior do que se precisa.

Aquilo que existe em mim, faz parte de mim...


AQUILO QUE EXISTE EM MIM E FAZ PARTE DE MIM... PODE SER TRANSFORMADO... (SE EU QUISER...)
AQUILO QUE É DO OUTRO...SÓ PODE SER TRANSFORMADO POR ELE.. E SERÁ COMPREENDIDO E ACEITO POR MIM... DENTRO DOS MEUS LIMITES...(SE EXISTIR RESPEITO...)
POSSO FALAR AO OUTRO COMO ME SINTO EM RELAÇÃO AO QUE ELE FAZ OU DIZ...(SE HOUVER LIBERDADE...)
NÃO POSSO AFIRMAR: "AQUILO QUE O OUTRO FEZ OU DISSE ME FERIU..." EU É QUE ME FERI COM AQUILO QUE ELE FEZ OU DISSE... (TENHO OPÇÕES...)
EU SOU DONO DAS MINHAS EMOÇÕES...SENSAÇÕES E SENTIMENTOS... TAMBÉM... DAS MINHAS ATITUDES...PENSAMENTOS E PALAVRAS ! (MARAVILHA...)
NÃO É COERENTE DIZER QUE FIZ ALGO PARA ALGUÉM... SÓ PORQUE ALGUÉM FEZ ISSO COMIGO PRIMEIRO...
SE EU AGISSE ASSIM... EU SERIA APENAS RESPOSTA E ECO... (SEM VIDA..)
É MAIS VALIOSO OPTAR POR AGIR AO INVÉS DE APENAS REAGIR... É MAIS SENSATO PERCEBER QUE SOU DONO DAS MINHAS AÇÕES... E SE FAÇO ALGO... SOU O RESPONSÁVEL POR ISSO... (TENHO ESCOLHAS...)
RECONHEÇO QUE AS RÉDEAS DO MEU DESTINO ESTÃO NAS MINHAS MÃOS...E ME RECUSO A SEGURAR AS RÉDEAS DO DESTINO DO OUTRO... (É MEU DIREITO..). BUSCO O AMOR EM SUA MAIS BELA EXPRESSÃO... E POR ISSO ABRO MÃO DE QUERER TER O CONTROLE SOBRE A VIDA DO OUTRO...
QUERO AMAR COM LIBERDADE.... COM PLENITUDE ! QUERO AMAR ANTES DE TUDO...PORQUE É BOM...